Cohapar -Companhia de Habitação do Paraná-, Prefeituras
e Governo Federal, que serão relocadas por estarem em áreas
de risco.
Essas experiências com grupos sociais, que venho fazendo
ao longo dos meus mais de 30 anos de profissão, não param
de surpreender.
Com as fotos abaixo, mostro duas situações de um mesmo
meio ambiente.
Na primeira, Luciene Carvalho, 37 anos, cinco filhos, espera
ansiosa pela nova casa que começa a ser construida agora em
março.
Entre os trabalhos caseiros e o cuidado com os filhos, Lucia-
ne fica em frente a um velho computador, onde fez uma gam-
biarra ligando o celular e usando a linha para navegar. Insta-
lou também um programa de photoshop e fica tratando as
fotos que tira dos filhos e da familia. Com isso descobriu que
quer e pode ser fotógrafa.
Cria complementos às fotos, como flores, bichinhos, por-do-
sol, ao gosto de seu público alvo.
Agora é só esperar ter um endereço digno, fazer cartões de
visita e realizar o sonho de ser fotógrafa, trabalhando em casa.
Enquanto isso é esperar que a casa onde esta agora não caia até lá.
No quarto dos meninos , uma parede já caiu.
Luciane e dois dos filhos, no buraco da parede onde cairam
as tábuas.
A casa de dona Ieda
Aliás, o desânimo parece estar impregnado das panelas aos
gatos daquela casa. Muitos, esse gato branquinho parece
ter conquistado o espaço nobre sobre a televisão.
Durante o tempo que passamos lá, ele nem se espregui-
çou.
Aos 71 anos, dona Ieda divide o espaço com a filha, cinco
netos e agregados que ela acolhe.
Provavelmente a única receita da casa seja sua aposenta-
doria.
Agora parece ver uma luz ao final do túnel, com a espera
da casa que a tirará da favela.
Sonha com um quarto com janela.
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