março 11, 2009

Fogão à Lenha

Na História, quando lemos menções sobre a ocupação de determinadas povoações, a unidade de medida era denominada por "fogões". Símbolo do sedentarismo da família, núcleo do lar, onde seguramente todos se encontravam para se restaurar do desgastes do dia. Preparo de refeições, preparo de banhos, o fogão era espaço nobre, sagrado, até, como o é o próprio fogo.
Quando fui morar na casa onde minha avó vivera anos e descobri que a chaminé havia sido bloqueada, achei um absurdo. Eu estava grávida da minha filha mais velha e já me imaginava a tricotar à beira do fogo. Diante à minha critica, uma tia me pergunta: você sabe o que é acordar em pleno inverno curitibano, às seis da manhã, e tentar acender gravetos úmidos, em meio a muita fumaça e choro? Ah, bom!
Pois é. As mulheres, por vingança, cimentaram a boca das chaminés como que para calar o sacrifício das manhãs.
Nas submoradias é comum o uso da lenha, por economia. Às vezes, quase não há nem chão para sustentar os velhos e bons equipamentos domésticos, como o da foto acima.

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Quem sou eu

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Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
Todos os direitos reservados à autora.
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