À noite há uma grande concentração de carrinheiros, como
são chamados os recolhedores de materiais recicláveis das
ruas de Curitiba, na Rua das Flores. A cidade separa e recicla
o lixo há quase vinte anos, sendo a primeira a dar exemplo
para o Brasil.
Há a colheita oficial mas também libera-se a qualquer cida-
dão o direito de sair, a qualquer hora, recolhendo os restos
urbanos. A maioria vai mesmo à noite, quando o comércio
fecha e põe pra fora caixas e outros restos. Isso garante um
parco dinheirinho, mas faz com que centenas de familias
vivam nômades. Carreguem consigo filhos, cachorro, quase
tudo do pouco que teem.
Essa mocinha sentada ao chão é Juliana, 15 anos, com sua
filhinha de 6 meses. O marido, 20 anos, sai à tardinha da
favela do Parolim e só volta altas horas. Três, quatro horas
da manhã. Como tem medo de deixa-las sózinhas no barraco,
prefere que a familia toda vá às ruas. Ela, por sua vez, teme
também pelo risco de deixa-lo ir sózinho enfrentar a violência
da noite. Tem havido muitos roubos de carrinhos. Matam até,
para ter o veículo de trabalho.
Juliana acredita que haja mais respeito com a familia junto.
Tomara. São só três crianças em busca da sobrevivência.
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Há 15 horas
Um comentário:
Para haver muito ricos tem de haver gente que viva como a Juliana e a sua família. Tanto faz que seja no Brasil como em Portugal, é igual. Entretanto por cá a pobreza alastra como uma mancha de óleo, ao ritmo do aumento da riqueza nas mãos de umas dúzias de pessoas. Uma mistura explosiva que um dia acabará mal.
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