Ontem, quarta-feira final da tarde, em meio ao dilúvio diário desse fim de verão, a cena acima me indignou, entre uma braçada e outra, mergulhada na chuva.
Um dos vários indigentes que "vivem" flutuantemente nesse não lugar, dormia - olhos fechados - sob um guarda-sol, sobre uma enxurrada.
Lembrou-me de um post do genial Silvares , http://www100cabecas.blogspot.com/onde ele lamenta a sorte da Ilha da Madeira, arrasada pela natureza que parece querer varrer os homens e suas ocupações.
Deixei um comentário: dormir com um dilúvio desses, nem de bóia!
Pois tem gente que não tem bóia, nem cama, nem casa,mas dorme assim mesmo.
É o famoso "o que temos".
É o "se vira como pode".
O jeitinho brasileiro...
Dureza, viu?
3 comentários:
Em Portugal temos um conceito para esse tipo de situações (não sei se no Brasil também) chama-se "desenrascanço". A ideia é simples; quando estamos em dificuldades dizemos que estamos "enrascados" e se não houver forma evidente de dar a volta à situação inventamos uma solução com o que houver por perto... "desenrascamo-nos". Em Portugal é um autêntico modo de vida.
:-)
E NA MADEIRA FOI UM MODO INSTITUCIONAL DE RESOLVER A QUESTÃO. HÁ QUE RECONHECER QUE DEVE TER SIDO DAS TRAGÉDIAS MAIS BEM RESOLVIDAS DE SEMPRE... A SEGUIR AO MARQUÊS DE POMBAL.
Silvareserença
Desenroscaço é um termo interessante.
Aqui é gambiarra,mesmo.
Jorge, a diferença está, realmente, na resposta que o sistema deve dar às tragédias.
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