Há anos fotografo casas e o embate dos que nelas vivem, com os espaços internos.
Em 1998 ganhei o Prêmio Marc Ferrez da Funarte com o trabalho
Prisão Feminina, o lar enquanto prisão e a prisão enquanto lar,
que recorta exatamente esse aspecto estético da impregnação das mulheres nos espaços e dos espaços nas mulheres.
Pesquisei duas penitenciarias femininas do Paraná e suas celas, assim como fui às casas de cidadãs comuns da periferia, buscando esse senso estético feminino, independente da cultura
em que vivem.
Durante a pesquisa tive a oportunidade de ir a Cuba, onde acabei fazendo um belo material nos interiores das casas de Havana Velha. Fotografei também casas rurais no interior do Paraná.
O interessante é que a mulher sempre tem essa estratégia do enfeite, do belo, como resgate à dignidade.
Durante a semana postarei algumas fotos do material que já mostrei na II Bienal de Fotografia , em Curitiba, em Belo Horizonte, no Rio, e em Caracas.
Nessas fotos exponho fragmentos da minha cozinha que confesso, uso pouquíssimo.
Isso porque sempre fui cobrada de já ter publicado a casa de todo mundo, menos a minha.
É que às revistas que colaboro ela estaria abaixo dos padrões. hehehe...
Luta de claques
Há 5 dias
6 comentários:
Conheço esse teu trabalho. É lindo e referência de projetos. Que bom que vai publicá-lo aqui.
Não entendi sobre a tua cozinha ser abaixo dos padrões...
:)
Zaclis,
Sempre falo que comecei a fotograr casas de pobre e depois passei às de ricos.
Trabalhei para o núcleo família da ed Abril, e, salvo a Bons Fluídos, todas, como Casa Cláudia, Arquitetura e Construção, têm um padrão onde não cabe o alternativo.
Casa Vogue e Kaza, então, piorou.
Uma revista mais de vanguarda que aceitava bem meu trabalho de pesquisas de residências, independente de luxo, era asaudosa A&D. Publiquei bastante coisas lá, do jeito que eu gostava.
Nas outras também, mas com muuuuito critério estético.
Nem sempre condizentes com os meus.
Esqueci de dizer que na A&D a editora de arte era então a Lenora de Barros. Nada menos que a filha de Geraldo de Barros.
bons tempos...
Também, que se eu sair dos detalhes, a minha cozinha em si é cheia de pecados.rsrs...
Lina,
que assunto delicioso! Se você me mostrar a sua cozinha eu mostro a minha.
Aguardo impaciente o que você prometeu mostrar de sue trabalho sobre cozinhas, que não conheço, principalmente as dos pobres, que são sempre mais interessantes, e do interior do Paraná, então, nem me diga. Um abraço.
Aveloh,
Não são só cozinhas. É a mulher em seu cotidiano intimo. Às vezes só o ambiente, às vezes um retrato.
Também há still, mas a maior parte é de retratos. Tenho milhares de imagens de mulheres em seu cotidiano. A maioria ainda em cromo ou pelicula p&b.
Vou postar aqui uma pequena edição da exposição por ser semana da mulher e tal.
Farei, é claroo, uma pequena sinopse sobre.
obrgada,
lina.
A cozinha, ambiente fundamental na casa popular brasileira.
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