Hoje tudo choveu em Curitiba.
Choveu um pedaço da efervescente
e genial geração anos 70.
Choveram os rostos, os cabelos,
tudo se fluiu, tudo escorreu naquela sala
cheia de roqueiros, artistas, bicho grilos, politicos,
toda a cidade passando
e reverenciando Ivo Rodrigues,
nosso roqueiro maior.
Uma sala enorme do Teatro Guaira,
onde eu já havia ido me despedir da Lalá Scheneider,
toda tomada.
Se no da Lala me ocupei de assistir
emocionada meu amigo Beto Bruel,
premiadíssimo iluminador de teatro,
a se equilibrar em cima de uma escada
para acertar uma boa luz sobre a face da amiga morta, dessa vez foi a Dani Regis,
com os olhos tristes e assustados,
como se não esperasse que ele fosse embora,
fez tambem eu me escorrer em lágrimas.
Um vídeo do Blindagem
rolava numa TV.
Vendo o Ivo,
pura energia, pura chama vertical
a dançar e soltar seu vozeirão
na caixinha no fundo da sala,
e ele na horizontal, estático em primeiro plano,
me lembrou Mondrian dançando jazz,
com suas linhas ao fundo.
Uma bela imagem pra se
deixar na memória.
Valeu, Ivo!
2 comentários:
Lina, não esperava mesmo que ele fosse embora... fica a lembrança de uma pessoa muito especial, muito iluminada que me ajudou e me fez crescer! Foi um privilégio trabalhar com ele, poder acompanhá-lo este tempo. Mas fica também a sensação de não ter falado tudo o que eu queria falar, de talvez não ter aproveitado o tempo como deveria... Rezo para que ele descanse e peço conforto para a família.
Amém, Dani.
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