maio 18, 2010








DISTRAIDOS VENCEREMOS








                            Autorretrato de Poty em painel da Rua das Flores



 Meus dias andam tomados. Muito trabalho, algumas viagens, não tenho me dedicado como posso e quero aos meus leitores.
Bem, mas eu, do time dos "distraídos venceremos", agora pelo menos instalei um medidor de visitas. Verdade, eu não tinha!
Não tenho essa ansiedade em saber quem vem me ver, ou quantos.
Estou fazendo um trabalho, entre outros, ao qual acompanho o decano jornalista Aroldo Murá, em entrevistas a outros veteranos da imprensa.
É muito interessante ouvir os medalhões da imprensa, gente de respeito como Luiz Geraldo Mazza, que completa esse ano oitenta primaveras, numa lucidez invejável, e na ativa.
Pela manhã toca um programa de politica na CBN, e à tarde, escreve sua coluna na redação da Folha de Londrina, sucursal Curitiba.
O Professor Aroldo, como é chamado pelas gerações que formou, é um grande construtor de perfis.
Com uma sutileza e precisão cirúrgica, transforma  o entrevistado em cúmplice de épocas também vividas por ele.
Uma lição de jornalismo cujas aulas recebo para aprender.


É claro que o assunto "banalização da informação" rolou solto em todos os depoimentos dos vários entrevistados.
Um dos recortes foi exatamente o fato de todo cidadão comum ter saído do anonimato.
Ou ainda ter ganho um canal de comunicação onde pode contar ao mundo sua opinião, sua vida.  A pessoa se constrói celebridade e conta seu cotidiano como se interessasse a todos.
E sempre há quem se interesse. Às vezes se valendo do "anonimato sem cachorro", como diz meu amigo Solda.
Uma atitude covarde e inconsequente, tão combatida por mim quantos os famosos jornais apócrifos, publicações anônimas que invariavelmente atacam alguém ou alguma instituição.
Falou-se também da avidez dos "novos jornalistas leigos". São agressivos, competitivos, pois surgiram do acaso na esteira de uma geração muito ligada a números, à quantidade, à rapidez.
Migro por vários blogs, quando tenho tempo. Mesmo os que não gosto pois minha matéria é o homem e sua trajetória através dos tempos. A mudança de comportamento do cidadão que dribla a solidão abrindo sua intimidade  ao mundo.
A espetacularização do ser humano, noto, está cada vez mais explicita. Não há mais pudores em se vender cada vez mais. Há uma futilidade sem culpa rondando as rede de comunicação onde, parece, há competição infantis que muito se assemelham às estória de pescadores.
Você já viu algum pescador profissional a contar vantagens?
Provavelmente não. Quem precisa contar bravata, são os amadores. Os pescadores profissionais não têm que provar nada. Só pescar...

Ah, e sem esquecer que há anônimos nefastos que ficam criando intrigas interblogs. Uma loucura! Loucura ruim, porque a loucura, em geral, é produtiva.








4 comentários:

João Menéres disse...

Afinal, LINA, tu és FOTÓGRAFA ou também JORNALISTA DE GABARITO?

E não é que ESTE BLOG É ESPECTACULAR !!

Um beijo.

Lina Faria disse...

João,
Sou, antes de tudo, fotógrafa. Participo dessas entrevistas como fotógrafa.
O resto é canja.

E viva a rede que nos permite o espetaculo do mundo e das pessoas do mundo!

Anônimo disse...

Lina,
Tenho que concordar em número, genero e degraus.
Há um espirito de gincana no reino da net. ri ri ri...
Continue com teu precioso trabalho!
Marieta Braz

Ciro disse...

Sempre bem expressas tuas opiniões-considerações a respeito desta nossa dita espécie "sapiens", amiga.

Quem sou eu

Minha foto
Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
Todos os direitos reservados à autora.
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