Pés e Olhos Na Rua!
Eu voltei...
Andei vindo aqui meio de soslaio. Fiquei ausente.
Sabe aquela coisa meio de "programar" postagens?
Não curto.
Parece coisa de cumprir tabela. Coisa de "firma".
Então isso aqui ficou meio à deriva.
Por quase um mês enfrentei agendas cheias, dificuldades de horários, de clima, pressões de prazo, enfim, cotidiano de quem trabalha em equipes de edição.
Pago um preço alto - de ter bem menos trabalho remunerado, por exemplo - para ter o foco necessário às minhas interpretações do mundo através das imagens.
Mas, às vezes, faz-se necessário uma reposição de certos insumos, à alma e mesmo ao ego em saber que quando solicitados respondemos, modéstia à parte, acima dos padrões.
Ando reclusa.
Desde dos lugares onde fatalmente encontro a "minha tribo", aos cinemas, teatros, vernissages e tais...,
à situações factuais do fotojornalismo.
Desse me recuei há tempos.
De vez em quando me pedem um retrato, fotos da cidade...
Mesmo do editorial de arquitetura, do qual gosto de fazer, tenho me afastado.
Fiquei durante quase três anos documentando para a companhia estadual de habitação, Cohapar, as submoradias do Paraná. As condições precárias em que viviam pessoas deserdadas do trabalho braçal do campo, em sua segunda e terceira geração,
Desvalidos. Muitas, mas muitas, mulheres com sua prole, vivendo o sistema monoparental. Ou seja, o homem migra em busca de trabalho e não volta mais, deixando-as cuidando dos pequenos só.
Tendo que ser a orientadora e provedora, ao mesmo tempo, de toda uma sociedade que está por vir.
Bem, não vou, de novo, ocupá-los com muitas palavras. Mas as acho necessárias para dizer que o mundo me interessa em todas as instâncias. Que esse espaço existe para focar esse mundo, em todos os seus segmentos.
Sou feliz em saber, também, de que há muitas pessoas que a despeito de suas vidas serem mais fáceis, mais, digamos, palatáveis, ainda assim teem sentimentos, solidariedade e compaixão.
Vivem e sofrem a dor do outro. Ficam antenadas no mundo e suas necessidades.
Lêem, crescem e se ilustram, tudo em nome de um mundo melhor.
Há que se acreditar ainda no ser humano, mesmo que caricaturas tenham tomado de assalto o poder, e apostar em gente de sabedoria a sentimentos.
Vamos lá!
7 comentários:
Sábias, vividas e reflexivas a tuas palavras.
Aí, como cá e mundo fora...
Infelizmente...
O teu duplo trabalho (Fotografia e Escrita) tem cargas de acutilância e, aind por cima, ultrapassas a fasquia dos que se julgam lá no alto dessa pirâmide.
Um beijo deste fã.
NOTA: Sabes as LETRINHAS QUE ME COUBERAM EM SORTE ?
>crerami<
Eu leria: CRÊ EM MIM !!!
Obrigada, João.
Talvez minhas palavras, espero não piégas pois sinceras, é dizer que gosto do ser humano.
Se sou de direita ou de esquerda depois que o muro de Berlim caiu e os chineses tomam coca-cola, é ingênuo.
Sou pelo ser humano e vejo que muitas pessoas sinceras também o são.
E viva a liberdade de ser e sentir de cada um.
Somos e acabaremos todos iguais!
obrigada, João, pela sua gentileza.
Fiquei encantada! Encantada com suas palavras... me reconheço. O Ser humano também me encanta, me comove e me move. Parabéns pela iniciativa Lina. E...
Vamos lá!
Bjks
Não vá alguém pensar...
Nada te prtguntei, LINA.
Eu sei que a Terra anda à volta e com ela toda uma humanidade.
Claro que não, João.
São reflexões minhas.
Você é uma pessoa sensata e elegante.
Força total na casa das máquinas da Lina! Que bom te ver a milhão e animada, amiga.
Bjs do fã da Paulicéia.
Bom este teu "partido do ser humano", Lina. Também levanto bandeira por este "e somente este".
Pena que os "cumpanheros" deste sejam poucos, né???
Bem, que sejam então poucos, mas sempre íntegro-qualitativos, sem aviltamentos!
O restante, já bem expresso aí pelo João e Luciene, que avalizo.
Abraço
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