O Pequeno Imperador
Acompanho esse menino chinês desde muito bebê. À noite, ficava horas à porta da lanchonete, no colo da mãe sentada em uma cadeira. Praticamente na rua. Assim há quatro anos, acompanhando a família na lida do balcão e da cozinha. O Chininha, como o chamo, cria-se em um berço protetor que o trata como um pequeno imperador, mas praticamente no meio da rua. Um dia, logo que começou a caminhar sozinho,
foi com aquele andarzinho de quem ainda usa fraldas em direção a uma moto. Eu de minha janela indiscreta,
ficava, e ainda fico, muito apreensiva quando ele se encaminha para a rua.
Hoje da guia não passa mais. Ameaça a mãe pulando e em seguida sobe correndo.
Tem aquela aura protetora normal, própria dos inocentes. Desde cedo, aprendeu ver mais mendigos, boêmios e desvalidos, que outras crianças.
Suas referencias, além da familiar que trabalha por volta de quinze horas por dia sem feriados nem domingos, é o público do bar e da rua.
Uma noite brincava com os pais, na calçada, fazendo-os ficar de costas e com as mãos para o alto, apaupando- os como deve já ter visto a policia , na revista à galera. Hoje em dia já fica menos no bar.
Mas quando vem é uma festa pra clientela da quadra.
Na época do Ano Novo deles vão todos os anos passar dois meses na China.
Voltam e mergulham no trabalho até o final do outro ano.
Ah, agora o pequeno descobriu uma falsa vuvuzela.
Pequena como ele, mas faz um barulho!
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