DíPTICO
Sei, alguns conservadores se arrepiam por eu dar cortes
fora da proporção do frame.
Talvez achem que nem sou mais fotógrafa.
Posso estar falando uma bobagem mas acho que não há mais limites físicos de proporção.
Tento manter por livre interpretação, algumas referencias dos formatos originais.
Do 6x6, com Hasselblad e Brônica, uma que ninguém queria usar e eu levava no fim de semana pra treinar a composição quadrada. Sei que o quadrado é mais chique mas prefiro mais o retangular.
Pra editorial , onde a página é retangular, gostava da 6x7.
Quando fotografo, claro, componho na hora. Mas em fotos urbanas às vezes quer se dar uma panorâmica, pra 'limpar' a paisagem, por que não?
No laboratório b&p, a máscara tinha um paspatur, não se permitindo nenhum corte.
Tenho ainda esse rigor mas faço umas brincadeiras na edição, às vezes por puro recurso de edição mesmo.
Recurso, discurso, só pra falar desses meus dípticos, onde dou um corte aleatório à proporção, conforme seu par que não segue, necessariamente, a mesma dimensão horizontal.
Recurso de livre expressão a quem foi escravo do fotograma de um cromo 35mm
na produção de áudio visuais, durante anos, antes do vídeo.
Nesse meu trabalho com homens aéreos forço mesmo o vertical.
Chamem do que quiserem.
sinto que o digital não tem mais um rígido quadro. Uma área estanque.
Assim como está todo mundo brincando de fotógrafo, eu brinco, ou tento, um pouco no design.
Acho que a desordem urbana que vejo e vivo, me permite essas 'anarquias' visuais.
Esse traçado mesmo puído, encardido, às vezes requer um corte profano.
É meu expressar e eu o chamo de fotografia, sim!
5 comentários:
Gosto muito da composição dessa imagem, Lina.
isso dá uma vontade de aprender sobre a arte de fotografas.
Abraços.
Pois, Lina, sempre tem alguns
patrulheiros querendo prender
nossas mãos, amarrar nossas patas,
quebrar as nossas asas.
Não vejo porque não "cortar" uma
foto com bem se entender.
Ora, eu bem posso fazer uma
capa de CD, quadrada, a partir
de um 35 mm, retangular.
E um capa de livro, retangular,
a partir de um 6 x 6, quadrado.
Triste é ficar amarrado a um
conceito que o gênio HCBresson
estabeleceu em outros tempos, outros olhares, outras têcnicas.
E isso tem um nome triste: "dogma".
Roberto Silva, sempre acompanhando
teu trabalho esplêndico.
Roberto Silva,
Nem é a questão de corte, aqui.
É questão de proporção.
Quando se trabalhava em jornal sabia-se que estava na mão do editor.
Fazia-se e faz-se até hoje, opções de diagramação.
Agora, num trabalho pessoal, tanto suporte quanto formato de publicação, é prerrogativa do fotógrafo.
"Compra" quem gosta.
Vê quem quer.
Que bom que você acha assim!
Obrigada.
Olá, Romão.
Bom te ver por aqui!
abc,
Hod,
é só começar!
abc!
Ampla liberdade, sempre!!!
Dogmas, sempre limitante-emburrecedores.
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