junho 18, 2010

   



                              PTICO











Sei, alguns conservadores se arrepiam por eu dar cortes
 fora da proporção do frame.
Talvez achem que nem sou mais fotógrafa.
Posso estar falando uma bobagem mas acho que não há mais limites físicos de proporção.
Tento manter por livre interpretação, algumas referencias dos formatos originais.
Do 6x6, com Hasselblad e Brônica, uma que ninguém queria usar e eu levava no fim de semana pra treinar a composição quadrada. Sei que o quadrado é mais chique mas prefiro mais o retangular.
Pra editorial , onde a página é retangular, gostava da 6x7.
Quando fotografo, claro, componho na hora. Mas em fotos urbanas às vezes quer se dar uma panorâmica, pra 'limpar' a paisagem, por que não?
No laboratório b&p, a máscara tinha um paspatur, não se permitindo nenhum corte.
Tenho ainda esse rigor mas faço umas brincadeiras na edição, às vezes por puro recurso de edição mesmo.
Recurso, discurso, só pra falar desses meus pticos, onde dou um corte aleatório à proporção, conforme seu par que não segue, necessariamente, a mesma dimensão horizontal.
Recurso de livre expressão a quem foi escravo do fotograma de um cromo 35mm
na produção de áudio visuais, durante anos, antes do vídeo. 
 Nesse meu trabalho com homens aéreos forço mesmo o vertical.
Chamem do que quiserem.
sinto que o digital não tem mais um rígido quadro. Uma área estanque.
Assim como está todo mundo brincando de fotógrafo, eu brinco, ou tento, um pouco no design.
Acho que a desordem urbana que vejo e vivo, me permite essas 'anarquias' visuais.
Esse traçado mesmo  puído, encardido, às vezes requer um corte profano.
É meu expressar e eu o chamo de fotografia, sim!



  


5 comentários:

Carlos Romão disse...

Gosto muito da composição dessa imagem, Lina.

Hod disse...

isso dá uma vontade de aprender sobre a arte de fotografas.

Abraços.

Anônimo disse...

Pois, Lina, sempre tem alguns
patrulheiros querendo prender
nossas mãos, amarrar nossas patas,
quebrar as nossas asas.
Não vejo porque não "cortar" uma
foto com bem se entender.
Ora, eu bem posso fazer uma
capa de CD, quadrada, a partir
de um 35 mm, retangular.
E um capa de livro, retangular,
a partir de um 6 x 6, quadrado.

Triste é ficar amarrado a um
conceito que o gênio HCBresson
estabeleceu em outros tempos, outros olhares, outras têcnicas.

E isso tem um nome triste: "dogma".

Roberto Silva, sempre acompanhando
teu trabalho esplêndico.

Lina Faria disse...

Roberto Silva,
Nem é a questão de corte, aqui.
É questão de proporção.
Quando se trabalhava em jornal sabia-se que estava na mão do editor.

Fazia-se e faz-se até hoje, opções de diagramação.
Agora, num trabalho pessoal, tanto suporte quanto formato de publicação, é prerrogativa do fotógrafo.
"Compra" quem gosta.
Vê quem quer.
Que bom que você acha assim!
Obrigada.


Olá, Romão.
Bom te ver por aqui!
abc,


Hod,
é só começar!

abc!

Ciro disse...

Ampla liberdade, sempre!!!
Dogmas, sempre limitante-emburrecedores.

Quem sou eu

Minha foto
Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
Todos os direitos reservados à autora.
Fotos podem ser copiadas desde que com menção à fotógrafa e sem fins comerciais.

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