junho 22, 2010










carlos drummond de andrade











Confronto









Bateu Amor à porta da Loucura.

"Deixa-me entrar - pediu - sou teu irmão.

Só tu me limparás da lama escura

a que me conduziu minha paixão".


. A Loucura desdenha recebê-lo,

sabento quanto Amor vive de engano,

mas estarrece de surpresa ao vê-lo,

de humano que era, assim tão inumano.


. E exclama: "Entra correndo, o pouso é teu.

Mais que ninguém mereces habitar

minha casa infernal, feita de breu,



. enquanto me retiro, sem destino,

pois não sei de mais triste desatino

que este mal sem perdão, o mal de amar."



**



3 comentários:

Jorge Pinheiro disse...

Que arrepio! O poeta sabia escrever. A porta dá um toque de desespero...

Lina Faria disse...

Velho e bom Drummont!
Mesmo arrepiante.

João Menéres disse...

Lembro, a despropósito talvez...mas a PORTA está em ambos..


Que barulho é esse na escada?
É o amor que está acabando,
é o homem que fechou a porta
e se enforcou na cortina.

(Início do POEMA PATÉTICO, de C.D.A.).

Quem sou eu

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Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
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