Depaisagens e Pentimentos
Em momentos de muito torpor, sinto um impulso ainda maior de caminhar.
Começo a entende um pouco a simbiose de minhas emoções com meu imaginário.
A fotografia me vem como um "cavalo". Veículo que incorpora esse turbilhão de sentidos.
Ando guiada por telhados, calçadas, muros, paredes e tudo que reflita esse sentimento de fragmentação, de desmatamento do mundo, dos seres e pessoas. Da inconstância.
Céus! como nos levamos a sério.
É tudo tão fugaz!
Então reajo, ou tento, não querendo ser reacionária aos costumes, se esse é, no momento, o desmanche.
Lembro-me, lá atrás, da surpresa que tive ao saber que Mondrian também documentava as empenas de ruínas parisiense, no pós guerra, a procura de formas. Longe de me comparar ao gênio que levava a vida a pintar e dançar, encontro nas ruínas uma forma de resgatar a própria forma em seu desmanche, sua fragmentação.
Espécie mesmo de pentimento, em observar as camadas.
*fotos feitas ontem, no bairro Bom Retiro, imediações do cemitério municipal.
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