Bebel que a Bola Comeu
"Bebel que a cidade comeu", lembram do livro de Ignacio Loyola Brandão?
Vou chama-la de Bebel, como a personagem de Inácio de Loyola.
E quantas Bebeis são todos os dias devoradas pela ilusão, o glamour do sucesso instantâneo ou mesmo o sonho de constituir uma família, achar um príncipe, condição, me parece, que nunca essa criatura havia tido.
Falo da moça bonitinha, criada em um ambiente familiar conturbado pelo que se tem sabido, e que foi eliminidada de forma escabrosa por um monstro criado pelo nosso próprio sistema.
Falo desses valores criados por modismos de ogros que ganham um monte de dinheiro por um talento próprio de sua estratégia de sobrevivencia, cultuando o próprio corpo e usando-o de forma inescrupulosa.
O interessante é que à medida que esses caras vão desenvolvendo o físico, a mente vai distorcendo-se, a vida vai perdendo o sentido.
Me recuso a entrar nos detalhes e aberrações bestiais dos atos do tal goleiro.
Essa gente (gente?) é consequencia do descaso moral desse país sem modelo ético nenhum.
Animais amorais, sem raízes nem compromisso afetuoso ou de gratidão por nada ou ninguém.
Terceira, quarta geração da crueldade urbana das ruas. De alienígena do sistema, sem casa, sem pai nem mãe, em busca de poder e espaço a que preço for.
Não me surpreende. Só me assusta a velocidade com que esse modelo humano sem estirpe ou sentimentos prospera, toma poder.
Também essa ideia de então gostar mais de animais que de humanos, é entregar a toalha.
Quando muitos comentam sobre morrer de amor, eu me assusto como morrem pessoas de desamor.
Dois jovens abandonados pelos pais sanguíneos que se encontram e, cada um por seus motivos, se envolvem e são surpreendidos por uma nova vida. Eliminar essas vidas que estão lhe incomodando é a solução que o boleiro conhece.
Não estou defendendo esse infeliz, só querendo entender o que importa a esse cara, de verdade, além de fama e poder?
É a vingança da sociedade respondendo a atenção e respeito que lhes é dado.
São tempos bárbaros!
Quero descer!
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