Lolô Cornelsen

...um octogenário efervescente!

Polêmico, não tem papas na língua.

Atingiu a imunidade dos sábios de longas caminhadas.

E que caminhadas...

Lolô foi jogador de futebol profissional, estagiário do arquiteto  francês Alfred Aguache e construiu vários estádios de futebol na Europa.

Falo nele em tempos de futebol, Europa, arquitetura, como um cidadão do mundo que participou, em várias posições e modalidades, desse esporte que é a vida.

Nesse dia da foto, dentro de um galpão de uma obra, provoquei-o a falar sobre seu convívio com o famoso francês.

"Ele nem dava bola pra mim. Eu era um piá de merda que fazia engenharia e jogava profissionalmente no Atlético Paranaense."

Um dia Agache  foi acompanhado de um dos chefes de Lolô ao estádio, e esse mostrou o estagiário correndo atrás da bola.

"Minha vida mudou depois desse dia. Minha prancheta foi para perto do mestre e tudo foi felicidade", conta ele todo efervescente, gesticulando muito os braços. Iluminando muito os olhos.

Conta isso sem vangloriar-se. É só a vida dele, sempre cheia de emoções. É ainda atuante na empresa da família, com suas teses ousadas, originais e respeitadas.

Deprime-se ao lembrar de belos exemplares modernistas de sua lavra que foram abaixo, como a antiga residência do ex- governador Paulo Pimentel. Lolô um visionário, uma figura.

Sorte de quem tenha tempo e oportunidade para ouvi-lo.

Viva o pai da Con, do Ito, do  Gejo, do Bolinha.

Viva Lolô em suas quase nove décadas!