A MULHER E A RUA
Rua Riachuelo, 1993
Paço, 2010 Paço, 1993
Mulher da rua, mulher da vida, eu sou. Se fazer expediente em lugares público é se-lo, quero continuar de olho nos espaços públicos e sua fruição, ocupação. Não ocupar, circular os sítios. Refletir sobre o tempo e esses espaços. Sobre as personagens que ali circulam. Muitas das profissionais do sexo, como falei há pouco em um post, continuam na ativa. As acima, estão na galeria do Graxaim, boteco suspeitíssimo sobre o qual também já falei. Àquela época, as moças não se escondiam. Tinham aquele orgulho de fazerem o que gostavam, diziam elas. Adoravam conversar e serem fotografadas. Hoje em dia, eu mesma tento sempre esconder os rostos, salvo quando elas pedem para mostrar. Não dão papo e já se acostumaram em me ver por lá. Coloco-as sempre em cena, mas num contexto bem geral ou em que não apareça seus rostos. Trato-as, mesmo, com respeito. Vendem o que é delas e só fazem mal a si próprias, quando sentem-se culpadas.
Considero-as, assim como a reciproca parece ser verdadeira.
Trabalhamos no mesmo ponto, mesmo sitio.
2 comentários:
Lina,
nos anos 70, no começo de minha vida em Curitiba (sou de Ponta Grossa), morei uns poucos meses num prédio antigo na esquina da Riachuelo com Treze de Maio, se não me falha a memória. Minhas aulas na Escola Técnica Federal do Paraná, (Visconde de Guarapuava, 7 de setembro?) acabavam as 23:00 hs e eu ia a pé de lá até minha casa, sempre errando um pouco o caminho, como é da minha natureza. As imediações de meu prédio já eram ponto fervilhante dessas senhoras e também de alguns senhores, bem barra pesada. Hoje eu não teria coragem de fazer o mesmo, não pelas senhoras, que vendem o que é seu e não lesam ningùém, mas tudo de lá para cá ficou muito mais perigoso.
É. Essa região é mesmo pesada.
Cracolândia, mesmo.
Estão tentando revitalizar (ha décadas tentam), mas ninguem consegue, ou não quer mexer nos âmagos da questão.
Destroem o que de bom tem que são algumas edificações e calçamentos de época, mas não erradicam os verdadeiros focos do problema.
Elas estão ali ha décadas.
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