No coração do sentimento
Espelho dos contrários:
sem palavras, você me diz
as palavras mais cortantes no olhar
“Assim como se tem chegança,
tem a partida que é o momento do depois”,
continua a argumentar
enquanto silencioso escolho
aquilo que vou levar:
noites de insônia, tardes esquecidas
de outono, copo d´água,
poema pela metade,
a vista dos morros ao longe,
confissões doces em seus lábios
quando ainda eu era encanto,
quando ainda era manhã,
quando a vida era sábado...
O caminho da felicidade é assim,
distraído olhar sem saber ao certo
os pontos cardeais.
A vida em estado latente:
na fúria dos vendavais,
são plenos os breves instantes de paz.
Bagagem pouca a levar comigo.
Pelo caminhos vou perder
retalhos do meu amor.
No final de tudo restarão lembranças,
cores cansadas da cor,
fiapos de luz, alegria e dor.
Dizem-me os anjos que o impossível
é o prenúncio da esperança,
que do nada inicia o romper da madrugada.
(meu peito com sombras de ontem,
carrega passado, presente, horizonte.)
Ilusão desiludida é assim que me vejo,
na hora da partida.
Tão leve a bagagem, tão pesado o coração!
Mas, em algum lugar do peito,
se ensaiam nascimentos
de outras esferas e momentos,
como se na vida tudo fosse pentimento.
Sei que o encontro,
(ambicionado reencontro)
virá no mais simples dos momentos,
num dia que não se anuncia,
no coração do sentimento.
Zeca Correia Leite
Espelho dos contrários:
sem palavras, você me diz
“Assim como se tem chegança,
tem a partida que é o momento do depois”,
continua a argumentar
enquanto silencioso escolho
aquilo que vou levar:
noites de insônia, tardes esquecidas
de outono, copo d´água,
poema pela metade,
a vista dos morros ao longe,
confissões doces em seus lábios
quando ainda eu era encanto,
quando ainda era manhã,
quando a vida era sábado...
O caminho da felicidade é assim,
distraído olhar sem saber ao certo
os pontos cardeais.
A vida em estado latente:
na fúria dos vendavais,
são plenos os breves instantes de paz.
Bagagem pouca a levar comigo.
Pelo caminhos vou perder
retalhos do meu amor.
No final de tudo restarão lembranças,
cores cansadas da cor,
fiapos de luz, alegria e dor.
Dizem-me os anjos que o impossível
é o prenúncio da esperança,
que do nada inicia o romper da madrugada.
(meu peito com sombras de ontem,
carrega passado, presente, horizonte.)
Ilusão desiludida é assim que me vejo,
na hora da partida.
Tão leve a bagagem, tão pesado o coração!
Mas, em algum lugar do peito,
se ensaiam nascimentos
de outras esferas e momentos,
como se na vida tudo fosse pentimento.
Sei que o encontro,
(ambicionado reencontro)
virá no mais simples dos momentos,
num dia que não se anuncia,
no coração do sentimento.
Zeca Correia Leite
Nenhum comentário:
Postar um comentário