Wilson Bueno
e seu Manual de Zoofilia
Se é domingo e chove e faz frio em nossa cidade, de decepados pescoços os pardais costumam guardar a mínima cabeça entre as asas, protegendo-se das línguas que existem, que existem por aí, ah como existem, e que falam (baixo e por trás) de seu andado avoante.
Simples, ordinário, vulgar, o pardal é uma ave que pode riscar o céu feito um susto, e súbito. Ou é só cisco no olho que não nos deixa perceber, a ambos, que quem atravessou, seta e raio, a vidraça, foi o cantábile em fuga de uma andorinha?
Você se coça e envelhece; ponho de novo o meu óculo.
O pardal é além que um passarinho.
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