"Não se troca mármore por cimento poroso"
Gosto de ressaltar aos que aqui vêm que esse lugar é totalmente independente no quesito financeiro e politico partidário. Época de campanha comento assuntos que chamam a atenção sobre problemas do centro de nossa cidade, espaço cuja fruição me é rotina. Devolvo-lhe com noticias dela e o que estão fazendo com ela. Gentilezas a devolvo, com noticias dela para vocês. Faço pelo sentido de cidadania.
Pelo gosto às cidades que me seduzem. Por isso respondo meu respeito a quem se preocupa com assuntos que são também do interesse de todos. Venham outros, eu postarei.
- Postado em 22 de novembro de 2006, quarta-feira - http://www.rafaelgreca.org.br/blog2/?p=383
Na capital, querem trocar mármore impermeável e lavável por pavers, blocos de cimento poroso. Experientes engenheiros estranham o lobby pró-pavers para substituir as históricas calçadas de petit-pavê da capital do Estado. A Prefeitura de Curitiba não pode ignorar que os petit-pavês, além do desenho paranista, feito em 1920 por Lange de Morretes, são de mármore – quando brancos, de diabásio – quando negros, e de basalto do rio Paraná – quando vermelhos. Há que considerar também que os pavers se deterioram facilmente, e mancham. Absorvem sangue, cuspo, urina, óleo.
Pedras portuguesas
As calçadas em mármore e diabásio, trazidas a Curitiba e ao Brasil pelos portugueses, começaram no tempo do Marquês de Pombal, quando da reurbanização do Terreiro do Paço, no centro de Lisboa, à época da sua reconstrução pós-terremoto de 1700. Ali brilham as ondas brancas e negras, depois celebrizadas em Copacabana. Em Curitiba, os motivos são paranistas: pinhas e pinhões estilizados, criados pelo desenho de Frederico Lange de Morretes, artista formado em Munich, e pela escola de pintura de Andersen.
Rafael Greca
Um comentário:
Lina,
por cá passa-se o mesmo. Veja, por favor, este caso de destruição de uma bela calçada portuguesa.
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