outubro 20, 2010









 




 





"Na cidade que passa a se caracterizar pela foule, a multidão, Alice registra os amontoados de pessoas, mas busca também as faces anônimas, as personagens envolvidas em suas atividades cotidianas: o cafezinho tomado no bar, a conversa na esquina da vila operária, a saída da fábrica. (…) Para a antropologia urbana, o desafio do pesquisador reside em transformar aquilo que é familiar em algo efetivamente conhecido. Para te-se do pressuposto de que o familiar não é necessariamente conhecido, é simplesmente algo com que se tem uma relação de senso comum. A tarefa de conhecimento passa pela criação de um estranhamento, que derrube essa familiaridade para que então aflorem os sentidos verdadeiros da realidade. Se na esfera da alteridade radical o estranhamento era objetivo, na cidade, ele deve, na maioria das vezes, ser construído. Para isso – e no caso da fotografia, em particular – o olhar deve ser inquieto, romper os condicionamentos, desconhecer o que já viu tantas vezes."
Daniela Alarcom
Fragmento do texto da pesquisadora, disponibilizado ao Fórum,
 http://www.forumfoto.org.br /
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Autor: Daniela Alarcon
Orientação: Boris Kossoy
Escola de Comunicações e Artes – Universidade de São Paulo – Trabalho de conclusão de curso, 2008.



Ouvi falar de Alice Brill na década de70/80'. Uma fotógrafa, já senhora, que quando falava todos paravam para ouvir. Transcrevo do sitio http://www.forumfoto.org.br/   noticias sobre a pesquisa de Daniela Alarcom, sob orientação de Boris Kossoy.
Leia abaixo:


A modernização do Brasil se deu entre o desejo de responder às necessidades locais e de alinhar suas paisagens com as novidades vistas ao redor do mundo. Esse processo foi não apenas testemunhado mas também operado por olhares estrangeiros, alguns deles em busca de uma distância ideal: nem perto demais a ponto de perder a consciência das transformações, nem longe demais a ponto de enxergá-las pela via do exótico.
A pesquisa de Daniela Alarcom, sob orientação de Boris Kossoy, se debruça sobre um desses olhares bem-sucedidos, o de Alice Brill, artista plástica e fotógrafa nascida na Alemanhã, com parte de sua formação artística realizada nos Estados Unidos, e que se estabeleceu no Brasil desde sua adolescência.
Enquanto contextualiza a produção fotográfica de Alice Brill, a pesquisa lembra de outros artistas que vivenciaram e pensaram a tranformação de suas próprias cidades: Charles Baudelaire, Eugène Atget, Joseph Roth, Berenice Abbott e Fe­derico García Lorca. Também passa por outros personagens que, direta ou indiretamente, participaram desse projeto de modernização do Brasil: as influências do suiço Le Corbusier em nossa arquitetura, a presença definitiva do casal italiano Lina e Pietro Maria Bardi no cenário artístico nacional, ou os olhares atentos de pensadores europeus que trabalharam na Universidade de São Paulo, como do belga Claude Levi-Strauss e o francês Roger Bastide.
Prestes a completar seus 90 anos de idade, Alice pôde conhecer, experimentar e documentar as mudanças da cidade de São Paulo. Suas imagens adquirem muitas vezes a forma de crônicas visuais, e não deixam de mostrar as contradições que a idéia de progresso sempre carrega consigo.
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Até 30/12, algumas de suas pinturas podem ser vistas na exposição Percurso e Universo de Alice Brill, em cartaz no Espaço Cultural BM&FBovespa (hall de entrada da Bolsa de Valores). Pça. Antônio Prado, 48, centro, São Paulo (catálogo disponível em PDF)


 http://www.forumfoto.org.br/






Um comentário:

peri s.c. disse...

Praia de Pitangueiras, Guarujá, 1900 e nada. Solitário ( então ) o Edifício " Sobre as Ondas ".
Guarujá, quem te viu , quem te vê, putz .

Quem sou eu

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Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
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