dezembro 21, 2010









"kosi ewe, kosi orisà"

(sem folha não tem orixá)















Continuo em meu incansável olhar respeitoso e curioso aos cultos  ecumênicos da vida, representados por povos e culturas que vagueiam e permeiam outras culturas de outras épocas e plagas. 
Levado por meu querido amigo Romulo Miranda, fui à festa dessa tradicional casa de candomblé, que soube agora seu nome oficial.
Fui recebida com naturalidade. Comecei a fotografar com timidez.
A luz era também tímida e na temperatura horrorosa das luzes frias. Mas o resto era pura emoção. Eram aquelas senhoras determinadas a mudar o mundo com sua força e determinação através da fé. Através da justiça das que lutam pelos seus e seus espaços dentro de uma sociedade racista, sexista, onde quando abolida a escravidão, coube à mulher, com suas prendas domésticas, segurar a onda cuidando da casa dos outros e amamentando o filho dos outros.
Tudo isso mudou mas nem tanto.
A mulher negra e de periferia tem que entregar-se e acreditar na magia de seus orixás de matriz africana que as acompanham mundo afora, lá de outro mundo, talvez. Mesmo que transformados, aculturados pelo ambiente imediato.
Meus respeitos e reverências à qualquer forma de expressão de fé e divindade!


Abaixo, maiores explicações do Cabuquinho, adepto e pesquisador, sobre essa casa fotografada:


"Lina, que as yabás lhe tragam a umidade necessária para que a vida seja bonita pra você. Só informando que esta casa chama-se Ile àsé Igba Onin Odé Akueran - A casa de axé que possui a cabaça de odé akueran, casa das mais antigas de Curitiba e considerada matriz no Paraná. Liderada por Iyá Tutty."





2 comentários:

Anônimo disse...

Clap, clap, clap, parabéns Linaa!

Lina Faria disse...

Obrigada. É mesmo muito intenso.

Quem sou eu

Minha foto
Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
Todos os direitos reservados à autora.
Fotos podem ser copiadas desde que com menção à fotógrafa e sem fins comerciais.

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