LUZ & QUARESMA
Ontem, aniversário da cidade, fui à
Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
Afinal sou uma dependente dela.
Minha matéria de trabalho é a LUZ com a qual escrevo e conto minhas emoções.
Mas, que susto! Que surpresa! Que nostalgia!
Lá estava ela sob um manto roxo de Paixão. Paixão por Cristo, segundo os ritos do catolicismo.
Costume de antanho. Na minha casa, nas igrejas, os santos eram todos cobertos, durante a quaresma, só descobertos no Sábado de Aleluia, quando malhava-se o Judas e o imaginário religioso, que adóóóro, voltava a luzir sob nossos olhos.
Não me contive e fui à sacristia informar-me se havia sido resgatado o costume e, porque só ela, Nossa Senhora da Luz, estava privada dela, em seu luto divino.
Soube que fora uma decisão da Cúria, junto à arquiteta Giceli Portela, que cuida do restauro do templo, de poupa-la da inevitável poeira que demanda a obra, sem correr o risco de deslocar nossa protetora da cidade.
Sábia decisão resgatar emoções remotas em pessoas, que, como eu nem tão carola, têm em seu imaginário, o respeito e resguardo ao período de Paixão que antecede a Páscoa, o Renascimento.
Amo os ritos, os sincretismos. Sou uma pessoa de fé, até por legitima defesa, mas o que gosto mesmo é o visual pelo qual se manifestam essas culturas religiosas.
Nesse dia, minha Nossa Senhora, meu voto - confidência! -, é que sua LUZ continue banhando milagrosamente essa terra que eu amo e me enche os olhos com belezuras que pretendo continuar dividindo com o mundo.
Saúde e Trabalho, para que a vida continue digna, Amém!
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