AO SOLDA, COM CARINHO
É que macaco acha feio o que não é espelho!
Quando eu era criança meus pais perguntaram a nós, três filhas,
o que seríamos quando crescêssemos,
A mais velha, cheia de soberba, respondeu: médica. Serei médica.
A do meio, mais afetuosa, foi no embalo disputando em gratidão: serei farmaceutica,
para dar os remédios aos meus paizinhos, quando adoecerem.
Na verdade, pensava em ser enfermeira, mas errou a titulação.
Chegando minha vez em palpitar, sem nunca querer muito compromisso,
arrisquei: vou ser macaco.
Juro, essa história é verdadeira!
Todos riram muito da caçula,
entendendo meu gosto por subir em árvores e fazer guerra de mamonas e,
claro, a história entrou para a antologia familiar.
O engraçado é que eu, literalmente a ovelha negra da família, fui a única a cumprir o
prometido, sendo fotógrafa.
O que faz o fotógrafo, alguém já disse, se não imitar a realidade à sua imagem e semelhança?
Pois é. Tenho muita destreza com os pés o que alguém provocativamente já insinuou minha ascendência símia. Ora, respeitem meu primos primatas - isso não é redundante?
Respeitem minha linhagem.
O que tem demais em ser macaco?
Não me ofendo em sê-lo um pouco ou um tanto.
Pronto!
Soldinha, não fique com tendinite. Qualquer coisa use os pés, como nós macacos.
Também não faça como o doidão do chinês Ai Weiwei que ficou priápico ou com tendinite no bilau e os chineses sumiram com ele, hem!
Azulivre, Soruda. Já puseram um mata burro no teu bróg. Tendinite na tua mão. Artrose na cumadre Vera.
Como disse o Dante, te cuida!
Daqui a pouco te despacham pra China, buscar a Dilma e te jogam num porão, junto com o Wei Wei.
Que horror!
Deus é mais!
Viva o macaco!
foto do Solda, de Maringas Maciel, original cor.
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