abril 12, 2011




Um bar, uma esquina...









 Certa vez uma amiga de BH - Belo Horizonte - veio a Curitiba e estranhou: essa cidade não tem um bar, uma esquina, onde todo mundo se encontre?
 Pensei, coisa de mineiro, Clube da esquina, Travessias e tais. Mas ela tinha razão. À época, ia-se muito a bares, mas fechados. Curitiba era, em todos os sentidos, mais fria. Só esquentava-se com álcool e muito papo cabeça, sob um teto, de preferência com lareira.
 Curitiba mudou. Mudaram também os curitibanos.
 A foto acima foi feita ontem à noite, na esquina das ruas 13 de Maio e Barão do Cerro Azul.
 Ali ficam os malabares argentinos, nordestinos, uruguaios, uma babel latino americana.
 À noite rola uma música, cerveja, dança, enquanto eles se revezam no expediente do sinal vermelho.
 Ontem extrapolaram um pouco. Pensei, não vai prestar. Porque? Não só pelo barulho, mas pelo repertório.
 Enquanto tocavam músicas com flautas, tudo bem, mas quando descambou para um samba meio carnavalesco, pensei no conflito cultural.
 É quaresma. Se tem uma intolerância que o curitibano cultiva é ao desrespeito cultural.
 Nem dez minutos e veio a "puliça", convidando-os a se calar.
 Quem mandou os "arrentinos" serem carnavalescos na quaresma curitibana?
 Deu no que deu!



3 comentários:

João Menéres disse...

Excelente o flagrante, LINA !

Só não entendi direito a expressão > ...se revezam no expediente do sinal vermelho. <


Um beijo.

Lina Faria disse...

Ora, João, são eles que engolem fogo, jogam garrafas aos ares.
Dão seu espetáculo na faixa de pedestres, durante o sinal vermelho. À noite, para estarem juntos,se concentram e dividem o espaço ali.
bj,

João Menéres disse...

Obrigado, LINA !

Deve ser uma maravilha apreciar esses shows controlados pelo semáforo !

Um beijo.

Quem sou eu

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Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
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