julho 01, 2011








 
    

O Chinês e a Bicicleta




 









Como o chinês e a bicicleta

Como cartola e dona zica

Como a paisagem e o cartão postal

Como romeu e julieta

Catupiri com goiabada

Como quem fica junto no final

Como o navio e o marinheiro

Como uma fronha e um travesseiro

Como uma flor e seu perfume

Como o sorvete e a cobertura

Não como um quadro na moldura

Mas como coisa que completa

Como uma curva e uma reta

Como o tesão e ternura

Como o chinês e a bicicleta



música de composição de Joyce











César é o nome desse pequeno cidadão curitibano, primeira geração da família chinesa, no Brasil.
Donos de uma pastelaria e lanchonete na Barão do Serro Azul,
a família leva-o, desde nenezinho, ao expediente das oito horas da manhã, às onze da noite.
Sábado, domingo, feriados, nem um dia sem abrir as portas para que toda a família atenda
ao distinto público.
No começo, quando ainda de colo, ficava nas noites de verão até mais tarde, na porta da pastelaria, sentado no colo da mãe.
Deve ter agora uns 5 anos.
Ganhou esses dias sua primeira bicicleta.
Arrisca em três rodas, explora os recursos,
vai além do limite imposto pelos pais.
Tomara o pequeno chinês, nascido na Barão do Serro Azul,
tenha espaço adequado e seguro para que cresça usando o transporte
de sua cultura.
Juliana, filha dos chineses do mercadinho sob o prédio que moro,
vai todos os dias para escola, de carona na bicicleta do pai.
Por segurança e falta de ciclovia nessa rua de passagem que é a Barão,
eles usam a calçada, tomando o espaço dos pedestres.
Mas o que fazer, se não há como disputar espaço
com os rudes motorizados que não os respeitam?
Tomara essa reforma da Barão do Serro Azul tenha planos de uma canaleta só para bikes,
já que seu uso está cada vez mais frequente no perímetro urbano.
Só assim, daremos a César o que é de César:
um espaço seguro e digno por onde ele possa pedalar, explorando a cidade do mundo que o
destino escolheu para lhe dar à Luz.





2 comentários:

cabuquinho finno disse...

a César o que é de César. Ele cresceu aí na Barão Lina, ajuda na lanchonete dos pais desde pequeno, conhece os clientes, enfim,um legítimo morador desta rua, e um novo jeito de ser curitibano no século XXI.

Lina Faria disse...

É Cabú,

você também acompanha os pequenos chineses.
bjs,

Quem sou eu

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Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
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