O Chinês e a Bicicleta
Como o chinês e a bicicleta
Como cartola e dona zica
Como a paisagem e o cartão postal
Como romeu e julieta
Catupiri com goiabada
Como quem fica junto no final
Como o navio e o marinheiro
Como uma fronha e um travesseiro
Como uma flor e seu perfume
Como o sorvete e a cobertura
Não como um quadro na moldura
Mas como coisa que completa
Como uma curva e uma reta
Como o tesão e ternura
Como o chinês e a bicicleta
música de composição de Joyce
César é o nome desse pequeno cidadão curitibano, primeira geração da família chinesa, no Brasil.
Donos de uma pastelaria e lanchonete na Barão do Serro Azul,
a família leva-o, desde nenezinho, ao expediente das oito horas da manhã, às onze da noite.
Sábado, domingo, feriados, nem um dia sem abrir as portas para que toda a família atenda
ao distinto público.
No começo, quando ainda de colo, ficava nas noites de verão até mais tarde, na porta da pastelaria, sentado no colo da mãe.
Deve ter agora uns 5 anos.
Ganhou esses dias sua primeira bicicleta.
Arrisca em três rodas, explora os recursos,
vai além do limite imposto pelos pais.
Tomara o pequeno chinês, nascido na Barão do Serro Azul,
tenha espaço adequado e seguro para que cresça usando o transporte
de sua cultura.
Juliana, filha dos chineses do mercadinho sob o prédio que moro,
vai todos os dias para escola, de carona na bicicleta do pai.
Por segurança e falta de ciclovia nessa rua de passagem que é a Barão,
eles usam a calçada, tomando o espaço dos pedestres.
Mas o que fazer, se não há como disputar espaço
com os rudes motorizados que não os respeitam?
Tomara essa reforma da Barão do Serro Azul tenha planos de uma canaleta só para bikes,
já que seu uso está cada vez mais frequente no perímetro urbano.
Só assim, daremos a César o que é de César:
um espaço seguro e digno por onde ele possa pedalar, explorando a cidade do mundo que o
destino escolheu para lhe dar à Luz.
2 comentários:
a César o que é de César. Ele cresceu aí na Barão Lina, ajuda na lanchonete dos pais desde pequeno, conhece os clientes, enfim,um legítimo morador desta rua, e um novo jeito de ser curitibano no século XXI.
É Cabú,
você também acompanha os pequenos chineses.
bjs,
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