agosto 19, 2011





















DIA INTERNACIONAL DA FOTOGRAFIA



 



Hoje, Dia Internacional da Fotografia, a raiz da imagem fixada anda confusa em sua identidade.
Não, não é anacronismo. É que a coisa anda rápida demais. Quem hoje em dia aprende a escrever com a luz, já a sabe descodificada em bits, em camadas sob as quais as emulsões químicas ficaram enterradas para sempre.
Ah, quando Clício Barroso faz sua sábia analogia do digital com o químico, o analógico, sua interpretação é sublime e convincente. Mas é uma análise de anos, mergulhado nos dois sistemas.
Coisa de craque, mesmo.
Acho necessário o conhecimento da origem da fotografia.
Mas isso os professores das faculdades passarão no limite exato dos pré-requisitos para seguir adiante no aprendizado especifico da hora, que é a imagem digital. A linguagem digital.
Quem chega puro ao mercado, ou ao aprendizado, não tendo compromissos com a origem da fotografia, assimila mais rápido o uso das novas tecnologias. Seu "case" mental está vazio ou pouco ocupado.
Não há compromissos na vivência com outras técnicas.
Não há também muito repertório, mas isso eles estão adquirindo, espero.
Espero porque outro dia trocando ideias e impressões com um jovem, onde trabalho, enquanto esperávamos e víamos a equipe fazer a luz, comentei sobre um bom exemplo ao qual ele foi contrário dizendo que por eu ser leiga, talvez gostasse. Aquela luz não funcionava.
Assim foi negando e contrapondo minhas observações com muita autoridade.
Pensei sobre os preconceitos que sofremos e aplicamos sobre pessoas pensamentos e atos.
Tanto dele em relação a mim, quanto a reciproca.

Mas o assunto é a FOTOGRAFIA e tudo de bom que ela nos proporciona.
Escrever com a luz é contemporizar cada momento pelo ângulo único de seu olho e de sua mente.
É a linguagem que escolhi para me comunicar com o mundo.

Não importa o formato, a técnica.
A cada momento um ato está sendo interpretado à frente de zilhões de retinas.
Alguns o interpretam e revelam ao mundo sua imagem e semelhança.
Outros escrevem, com uma fidelidade de detalhes, que podem ofuscar qualquer fotografia.
Escrever com a luz nem sempre é lavra publicada.
O que se publica, nem sempre é o que se leu na hora.
A meu ver, a fotografia, sempre ligada ao fato que a provocou simultâneamente, é o start de uma interpretação. Na hora da edição nem sempre a pureza da primeira emoção prevalece.
Há aquele critério pronto, lá de trás, do moço que disse ser leiga minha interpretação sobre uma situação, por ela não ser convencional.
Não há receita. Claro, a base técnica terá que sustentar ousadias, mas não há limites no escrever com a luz.
Meu cérebro, primeiro receptor das imagens que vejo, se vale da fotografia para entender melhor meu tempo com o mundo.
Rápido demais, ele consegue, a partir de cada imagem que fixo, dar partida ao devir dos fatos.
Minha grande aliada há trinta e cinco anos, confesso, ela me acompanha e me ajuda nos prazeres e desassossegos da vida.
Sou dependente da Luz e da Sombra.
Sou fotógrafa. 






5 comentários:

cabuquinho finno disse...

Parabéns Lina.

me alimento de voce na minha relação com a fotografia.

sensacional saber o que se é.

Washington Cesar Takeuchi disse...

Parabéns Lina!
Acho que o olhar de cada pessoa é único e da mesma forma, a sua interpretação.
Feliz dia da fotografia!

Anônimo disse...

LINA,
Sua mente tem o ISO de muitos dígitos, minha amiga.
Sorte de quem acompanha o conjunto coerente do teu trabalho.
Eu, e muitas outras pessoas ganhamos com isso.
Parabéns, você é uma grande artista.
F.

Lina Faria disse...

Gente,
obrigada pelos cumprimentos e elogios.
Bom ter amigos e pessoas que são sensíveis ao nosso recado.

beijo, beiko, beijo!

peri s.c. disse...

Lina, ainda bem que você é fotógrafa. A fotógrafa !
Passar aqui é um encantamento para o olhar . bj

Quem sou eu

Minha foto
Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
Todos os direitos reservados à autora.
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