CONTO (NÃO CONTO)
O TEXTO VISUAL DE SERGIO SANT`ANNA
Já havia lido um conto ou outro do autor, mas quando o conheci em Paraty, na primeira FLIP, fiquei instigada com seu jeito blasé de achar natural construir personagens com aquele rigor de observação que às vezes temos mas não chegamos ou não conseguimos transformar em palavras palatáveis.
Mas todo escritor de renome não é mesmo assim meio rabugentão, ególatra e cheio de manias?
Eu diria que todo o ser que já viveu quase setenta anos, sacando o mundo como ele, pode, mas não deve, usar da prerrogativa de ser "na dele".
Acho que o que frustra um escritor é quando nesses encontros, ao invés de o público questionar sobre uma obra ou outra, questiona como fazer para ser escritor, como ganhar o Jabuti duas vezes, etc...
Lembro-me que na Flip foi mais reservado e irônico.
Já aqui, não. Falou do filho e foi mais intimista.
Mais generoso, até, pelo público ser muito jovem e
não te-lo lido ainda.
Como "se você ficar tímido não sai livro nenhum", fiquei tímida e não rolou nenhum comentário sobre a riqueza visual do seu cotidiano em texto. Talvez gostasse de provoca-lo sobre algo, mas fui por oficio ao ótimo "Escritor na Biblioteca", - projeto que trás todo mês um escritor para um papo, e é gravado pela e-Paraná, onde faço still -, não tive munição para tanto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário