Muito Além da Virada,
Segue a Corrente Cultural
E a Cidade, após se deixar levar pelos embalos da VIRADA de 24 horas no ar, continua no elo da CORRENTE CULTURAL.
O calendário da carinhosa Fundação Cultural de Curitiba convoca o povo distraído para até o dia 12.
Mas a festa Cultural dessa terra maravilhosa, nunca para. Nunca descansa.
Sabe quem vive, mergulha e investiga que, nessa cidade que por muito levou a pecha de FRIA, isso acontece o tempo todo.
Curitiba é uma corrente de artistas produzindo e movendo-a lúdicamente, para que se suporte todas as inexoráveis mazelas que sofrem as grandes cidades.
Temos a dança, plantada doce e vigorosamente por Thadeu Morozovicz, seguido por Milena.
Também os irmãos, Henrique e Norton, honraram e ramificaram a preciosa poção polaca na cultura local, na música erudita.
Dois virtuoses.
Ainda na dança, Ana Maria Botafogo nos põe no cenário nacional.
E tantos outros, quando falo de raízes e evolução cultural local, só para lustrar a memória e lembrar que nascemos artísticos.
Temos um caldo, um repertório pré estabelecido, que nos garantem uma estirpe, se não sustentável, hibrída da forma mais evolutiva possível.
Não tivemos espaço e representação indigena ou negra em nossa formação de então? Isso torna-se fato agora, quando as pessoas migram com mais frequencia.
Quantos bons grupos musicais temos. Que celeiro!
É que curitibano leva tudo a sério. Gosta de música popular?
Vai aprender a tocar, a ler, a reger aquela música. Seja por que ritmo se encantar.
Mesmo que não conclua a academia, passa a estudar, estudar e estudar.
Isso serve também para o teatro, a dança, as artes plásticas, audiovisuais e tais.
Somos aplicados, no geral.
Se nas genialidades que temos, nem tanto, temos quem vá polir as jóias brutas.
Estou assim nessa auto estima porque o curitibano demorou demais da conta pra se deixar contaminar.
Pra querer ser brasileiro sem medo de ser leitE quentE.
Sotaque é patrimônio. Também não é obrigado a não deixa-lo. A obrigação é de ser feliz e isso esses grandes festivais, como a Virada Cultural, permitem.
Troca de sotaques, de cacoetes, de fluidos, porque não?
A diversidade cultural chegou a Curitiba pela música, por uma elite que soube bem dosar o néctar geográfico que trouxe na bagagem.
Se no teatro exportamos, na música chegamos a seduzir expontaneamente André Abujanra e Hermeto Pascoal.
Já temos uma forte identidade cultural, sim, sempre afinando e afinando as cordas.
Uma virada dessas serve para levar a público o que todos dias acontece por aqui.
E também acordar os distraídos para nossa produção local, cada vez mais consistente e ativa.
Curitiba já da cambalhotas sem medo de derrubar o topete.
Ela já é cosmopolita, mas ainda não pisa no canteiro de flores.
Perceberam na foto?
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