A abelha que faz o mel, vale o tempo que não voou...

Os garis de Curitiba são os que mais vivem a cidade enquanto trabalham. Na hora do almoço, em geral se concentram nas praças. Conversam, cochilam um pouco sob as árvores e continuam suas cirúrgicas lidas de não deixar um só papelzinho no chão. Curitiba pode não ter a periferia ideal em limpeza, mas o centro é impecável. Se pudessem levariam até o povo que vive na rua.
Ah, já me esquecendo, as mulheres não se juntam às outras gari. Elas fazem suas refeições em separado. Usam, em geral, o recuo existente entre a árvore e a calçada, fazendo dali um estar.

Essa moça que fotografei me disse que prefere fazer uma refeição rápida e usar o tempo restante para fazer acessório para bebês, que ela chama de favas de abelha. Pergunto se ela não prefere passear a ficar trabalhando. Ela diz que não e eu completo com a música do mineiro Lou Borges: " a abelha que faz o mel, vale o tempo que não voou".