abril 13, 2010







 





À Noite a cidade muda de mão

















Rua das Flores.
Famílias inteiras vão chegando com seus carrinhos no final do dia.
uns vazios, outros já com algum fardo de papel.
Há muita concorrência. Algumas desleais, como os que trabalham em grupo.
Enquanto uns recolhem as caixas
 outros cuidam do estoque que será levado por algum carro velho. Bem velho.
Pode ser um caminhãozinho ou uma Kombi.
Sempre meio frankstein, com pedaços de origens diversas.
Mesmo precário, ainda desleal com os que recolhem entre a familia
e voltam prá casa, carrinho cheio, puxado à tração humana.
Vêm de longe e costumam chegar em casa bem de madrugada.
A cidade só lhes pertence à noite.
Os restos são sua matéria.
Uma cadeia de ocupação,
o que lhes garante
que amanhã novos resíduos virão
e a cidade voltará
a ser  deles.










4 comentários:

João Menéres disse...

Tema FANTÁSTICO !
E aquela imagem com o flou?
-MUITO BOA!

Um beijo, LINA.

san disse...

Lina, como eu disse no post sobre Chinatowwn lá no Nervosa, você faz a gente ver a cidade com outros olhos. Eu acho bonito tudo o que você apresenta, por mais que saiba o quanto pode ser não-bonito na real.
Obrigada por fazer meus olhos encontrarem boniteza no que em geral só poderia doer.

Lina Faria disse...

Meus queridos João e San,
fossem postados só pra vocês, já teria valido a pena.
Curitibano tem uma preguiça de deixar comentários! Vejo pelo teu Nervosa. Assuntos espertos e palpitantes não ganham retorno.
Deixe estar, querida rival, educaremos esse público. hehehe..
Que continue do bom, mesmo que pouco.
beijos,

Anônimo disse...

eei eu sou curitibana, e posto sim! ela não publicou... acho que não gostou, mas eu achei demais de lindinho mesmo o gato com a gata nas costas!
bjks
dóris

Quem sou eu

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Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
Todos os direitos reservados à autora.
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