SOS CASAS
Um dos anjos da guarda da cidade me liga alertando:
"Lina, a última casa da Praça Santos Andrade está sem telhado!"
Isso é como "sua mãe subiu no telhado".
Claro, era sexta-feira, dia em que se anunciam demolições, e outros crimes ocultos contra cidade.
Corri e o sol já havia se posto.
Fui pela rua dos fundos, de onde a fotografo às vezes. Sempre quis entrar nessa casa. Ela era ocupada ultimamente por uma espécie de pensão, com muitas pessoas. Sempre fechada.
Vi, por um arco, que uma escada e portas já saíram do lugar.
Ficaram as cicatrizes. Vi também que os telhados foram mesmo retirados.
Há um certo zelo quando percebe-se uma tela de segurança.
Porém na fachada não há uma placa dando o serviço da obra à população. É um imóvel de interesse de preservação onde nada pode ser feito sem uma aprovação e acompanhamento do departamento de Patrimônio Histórico. Quando eu ainda fotografava a casa, um senhor perguntou porque eu fotografava. Porque queria saber, devolvi. Pura curiosidade e ansiedade em contar que a casa fora vendida para um empreendedor carioca que irá montar uma casa de chá.
Que eu fosse pela manhã que os operários me deixam fotografar. Será? Não é bem assim. Eles, soube ha pouco, foram multados pelo Patrimônio Histórico, por começar uma obra sem vistoria prévia. Portanto, se a casa está sendo recuperada, easy, vamos aguardar.
2 comentários:
Maravilhosa esta série, parabéns. Valeu cada minuto do seu empenho, adorei cada ângulo.
Será que vão mesmo restaurar a casa ou vão é arrasar com o que resta?
Ai, que dó. Casas tem alma.
Dó mesmo, San.
Manoel Bandeira dizia que tudo o que sofre tem vida.
Pena a ânima dessas senhora estar correndo risco.
De olho!
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