maio 01, 2010









SOS CASAS









 







Um  dos anjos da guarda da cidade me liga alertando:
"Lina, a última casa  da Praça Santos Andrade está sem telhado!"
Isso é como "sua mãe subiu no telhado".
Claro, era sexta-feira, dia em que se anunciam demolições, e outros crimes ocultos  contra cidade.
Corri e o sol já havia se posto.
Fui pela rua dos fundos, de onde  a fotografo às vezes. Sempre quis entrar nessa casa. Ela era ocupada ultimamente por uma espécie de pensão, com muitas pessoas. Sempre fechada. 
Vi, por um arco, que uma escada e portas já saíram do lugar.
Ficaram as cicatrizes. Vi também que os telhados foram mesmo retirados.
Há um certo zelo quando percebe-se uma tela de segurança.
Porém na fachada não há uma placa dando o serviço da obra à população. É um imóvel de interesse de preservação onde nada pode ser feito sem uma aprovação e acompanhamento do departamento de Patrimônio Histórico. Quando eu ainda fotografava a casa, um senhor perguntou porque eu fotografava.  Porque queria saber, devolvi. Pura curiosidade e ansiedade em contar que a casa fora vendida para um empreendedor carioca que irá montar uma casa de chá.
Que eu fosse pela manhã que os operários me deixam fotografar. Será? Não é bem assim. Eles, soube ha pouco, foram multados pelo Patrimônio Histórico, por começar uma obra sem vistoria prévia. Portanto, se a casa está sendo recuperada, easy, vamos aguardar.








2 comentários:

san disse...

Maravilhosa esta série, parabéns. Valeu cada minuto do seu empenho, adorei cada ângulo.

Será que vão mesmo restaurar a casa ou vão é arrasar com o que resta?
Ai, que dó. Casas tem alma.

Lina Faria disse...

Dó mesmo, San.
Manoel Bandeira dizia que tudo o que sofre tem vida.
Pena a ânima dessas senhora estar correndo risco.
De olho!

Quem sou eu

Minha foto
Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
Todos os direitos reservados à autora.
Fotos podem ser copiadas desde que com menção à fotógrafa e sem fins comerciais.

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