"kosi ewe, kosi orisà"
(sem folha não tem orixá)
Continuo em meu incansável olhar respeitoso e curioso aos cultos ecumênicos da vida, representados por povos e culturas que vagueiam e permeiam outras culturas de outras épocas e plagas.
Levado por meu querido amigo Romulo Miranda, fui à festa dessa tradicional casa de candomblé, que soube agora seu nome oficial.
Fui recebida com naturalidade. Comecei a fotografar com timidez.
A luz era também tímida e na temperatura horrorosa das luzes frias. Mas o resto era pura emoção. Eram aquelas senhoras determinadas a mudar o mundo com sua força e determinação através da fé. Através da justiça das que lutam pelos seus e seus espaços dentro de uma sociedade racista, sexista, onde quando abolida a escravidão, coube à mulher, com suas prendas domésticas, segurar a onda cuidando da casa dos outros e amamentando o filho dos outros.
Tudo isso mudou mas nem tanto.
A mulher negra e de periferia tem que entregar-se e acreditar na magia de seus orixás de matriz africana que as acompanham mundo afora, lá de outro mundo, talvez. Mesmo que transformados, aculturados pelo ambiente imediato.
Meus respeitos e reverências à qualquer forma de expressão de fé e divindade!
Abaixo, maiores explicações do Cabuquinho, adepto e pesquisador, sobre essa casa fotografada:
"Lina, que as yabás lhe tragam a umidade necessária para que a vida seja bonita pra você. Só informando que esta casa chama-se Ile àsé Igba Onin Odé Akueran - A casa de axé que possui a cabaça de odé akueran, casa das mais antigas de Curitiba e considerada matriz no Paraná. Liderada por Iyá Tutty."
2 comentários:
Clap, clap, clap, parabéns Linaa!
Obrigada. É mesmo muito intenso.
Postar um comentário