VOCÊ VIVE SUA CIDADE?
Uma época a moçada do Ippuc - não vem ao caso nominar, as coisas são tão voláteis- propôs que se fizessem uns pocket parks espalhados pela cidade. Trocando em miúdos, instituir uns nichos para que os cidadãos pudessem usar seu computador portátil, dar seus telefonemas, sem necessariamente consumir como o faz nos cafés existentes para tal. Hummm, alguém aí pensou na segurança? Pois é. Entre outros motivos que não acompanhei além do que na imprensa saiu, não rolou. À época eu tinha um blog ,cujo arquivo perdi, onde parodiava os poket parks, mostrando como famílias usavam o pedestal da santa, na Barão do Serro Azul e outros espaços alternativos para "estar". Para um pit stop na correria das compras.
Nessa aspecto a Praça Tiradentes retomou essa função social reforçada à Generoso Marques que voltou a oferecer um espaço público seguro ao transeunte de bairro que quer usufruir do centro. Que trás vigor aos espaços com sua ocupação eventual de direito.
Mas tudo isso para dizer que a Catedral é, disparado, a sala de estar preferida dos curitibanos de todas as idades. Sabe a senhora que ao terminar as compras, depois de enfrentar a fila da lendária padaria Viana, quer sentar em um lugar onde o pé direito enoooorme e lindo garante um frescor divino, às vezes premiados pelo ensaio de algum organista, o que não é raro? A mocinha que na hora do almoço vai acender a vela a Santo Antônio por um amor ou um emprego?
O senhor digno, bem apessoado, curvado à sua fé, numa solidão respeitada até pela fotógrafa aqui que tem por interesse entender almas, se possivel de maneira invisível e sem deixar vestígios de desesperos que esses já estão estampados nas faces do figurativo do vitrais. Como passa e permite a dor essa cultura judaico cristã, não!
Solidão com Vivaldi
Durante uns meses, parte de uma campanha do Patrimônio Cultural da cidade, eu dizia sobre uma foto de minha autoria a frase:
Curitiba é meu lar e meu quintal é o Paço.
Continuo tendo como meu quintal essa região do Marco Zero e quando entro na Catedral, além de observar de forma não invasiva os que ali frequentam, sou, às vezes, seleta plateia de concertos como o da organista peruana Esther Arce, que ontem passava e repassava Glória de Vivaldi e Panis Angelicus, de CesarFrança.
É que hoje ela acompanhará o coral em uma missa especial na Igreja Bom Jesus.
Ela aproveita nossa afinidade pela musica e pela cidade e implora para que o orgão de fole, bem comprometido pelo cupim mas de excelente qualidade, não seja negligenciado no restauro.
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