Sim, sou curitibana!
Dona Ilga veio de Pomerode, Santa Catarina, há 50 anos.
Lá, só falava alemão.
Chegou, com seu marido Gerard, direto para o centro da cidade, mais exatamente para o ático
do Edifício Santa Teresa, na Barão do Serro Azul.
Esse edifício, da família Leão, os Reis do Mate,
foi construído nos padrões modernistas da época,
quando a aristocrática família queria urbanizar-se, instalando-se entra os
poderes da Igreja e do Executivo e Legislativo.
De lá, ainda as dez famílias do clã que ocupavam um apartamento por andar,
podiam acompanhar a evolução da cidade,
com um sistema construtivo interessante, de onde acompanha-se
o movimento zenital do sol.
Hoje, decadente a região e o próprio prédio, após ter ficado por dez anos fechados,
por capricho de um dos herdeiros,
O prédio acolhe artistas, professores, pessoas alternativas que se
interessam pela sua localização e boa arquitetura.
E dona Ilga lá, fiel, fidelíssima, a cuidar com esmero da casa, que hoje é
praticamente sua, e a puxar, às vezes, a orelha de seus condôminos,
como eu, que deixa alguma coisa fora do lugar.
Mas tudo com o mesmo carinho que cuida de seu pomar horta, bem ali, a passos da Palácio do Governo.
Outro dia peguei-a saindo, com roupa de domingo, toda faceira.
O que ia fazer?
Conhecer a Linha Verde!
"Ficamos aqui no centro e às vezes perdemos noção da cidade em que vivemos",
disse ela, cheia de razão.
Dona Hilga é Curitiba!
2 comentários:
Ah, que históira linda LIna!
Beijos
Iara
Viva Dona Hilga!
Dignidade pura!
Sérgio
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