Morei no Rio na década de setenta e, mais de uma vez, encontrei nas baladas Rita Lee e seu gato, literal, diga-se de passagem. Levava o bichano à boate, dançava com ele. Uma festa pra pista toda.Bem, mas quem é mutante, tudo pode.
Já dona Sebastiana, a Tiana, das barrancas do Rio Paraguai, em Cáceres, Mato Grosso, também se sente no direito de adotar hábitos extravagantes, como bem lhe apetecer.
Os filhos haviam casado e ido embora e ela apegou-se a um pintinho que cresceu e virou um galo. Na hora dessa foto, final de tarde, lá ia Tiana, com seu Tião a tira colo (esse era o nome da ave), dar uma volta, visitar uma vizinha, antes de voltar e acomoda-lo em uma caminha, ao lado da sua.
Observo a muito tempo a reação das mulheres e suas estratégicas de sobrevivência às questões emocionais que lhes incomodam.
Exemplo, nas prisões femininas, mesmo as que querem demonstrar mais insensibilidade, têm em suas camas uma boneca, ou um bichinho de pelúcia, como forma de exercitar esse afeto inerente a elas, sobre algo, quando não têm alguém.

4 comentários:
O amor vai muito além de idade, cor, gênero e pelo que se vê, espécie. Bela história, linda foto.
Swain
Linda foto Lininha, cê sabia que eu
ilustrei a caminha de um menino que tinha uma galinha como bicho de estimação? Até na festa junina ele levou a galinha, tenho a foto em algum lugar, se achar te mando.
Beijos!
Que lindo, Iara!
Lina,
Adorei a foto e o seu texto. Você está sempre de olhos bem abertos....
beijos
PS: por que não reunir essas histórias em livro, hem?
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