A indiferença não é só da moça que passa.
A novidade para mim é a compaixão de alguém que deixou um guarda-chuva aberto para proteger o pobre homem da fina garôa que caia.
Ao fotografar, fui surpreendida por um argentino que reclamava a presença do dorminhoco em frente aos seu artesanato exposto na mesma calçada. "Vai estragar sua máquina, fotografando esse infeliz".
Respondi que o direito de estar ali, do excluído, era o mesmo do dele.
Se o dorminhoco atrapalhava seu comércio, ele antes já atrapalhava os transeuntes da calçada.
Cada um no seu direito ou necessidade. Fora do sistema estavam os dois. Que tal se ele, o artesão argentino, mudasse de sitio, já que suas condições físicas e sociais estavam ainda em vantagem à do cidadão inanimado ao chão.
As pessoas me acham louca por eu intervir em distorções sociais.
Mas, penso eu, então o que faço nessa vida se não tentar melhora-la pra todos?
Desculpem minha pretensão quase arrogante. Sou assim, meio chata.
3 comentários:
Muitas vezes gostava de ser assim. Acho que está coberta de razão. Há, porém, alguns casos, como sempre, de mendicidade profissional. Claro que ninguém gosta de ser mendigo. Mas tem situações em que se fica com a sensação que ainda gostam menos de trabalhar. Por cá temos casos de verdadeiras organizações de mendigos que, inclusivamente, vão trocando os miúdos de "mâe" para "mâe"... São de um determinado país de leste. Enfim, descreditam os outros.
Sim, Jorge, há os de má fé.
Mas em geral são alcolatras que chegaram ao fundo do poço.
Quase semore é problema social que desenboca no de saúde.
AMBOS (LINA e JORGE) cheios de razão.
É incerto a quem devemos mesmo prestar auxílio.
Bom trabalho o da LINA FARIA.
Um beijo.
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