abril 14, 2010











Desconstruido a Luz











foto Hélvio Romério / AE

"De 1961 a 1982, sob denominação de Estação Rodoviária de São Paulo, o prédio de fachada multicolorida, em frente á estação Júlio Prestes no bairro da Luz, era uma das portas de entrada da Capital. Em 1988, a área virou um shopping voltado para o setor de confecção. No ano de 2007 o local foi desapropriado, para criação do Complexo Cultural Luz, que abrigará o Teatro da Dança de São Paulo, orçada em R$ 600 milhões. A obra faz parte do projeto de recuperação do bairro central, degrada por anos de abandono e o processo de demolição já começou."


Esses domus coloridos de acrílico povoam meu imaginário como bolas de sabão a refletir a modernidade,
a urbanidade que uma menina do interior sonhava explorar.
Porta de entrada de Sumpaulo, sim senhor!
A  disnelândia, para os mais fantasiosos como eu, Las Vegas para os mais ousados e adultos, pouco importa o formato.
A verdade é que vários Lulas romperam a megalópolis, ganharam a luz, por esse monumento kitsch  que hoje sucumbe.
Não vou ser extemporânea.
Se as instalações chegaram à indiferença  social e física por tantos anos, não vou agora chorrar o defunto que eu também abandonei.
Só acho que essa situação merece reflexão. O que nos é importante merece zêlo.
Acho ainda que deveriam manter um testemunho , um monumento ao emigrante que era expelido à  cidade sonho por essa filtragem colorida onde o ônibus se arrastava, sem pressa, para estacionar e soltar os novos cidadãos. Não me espanta se daqui a pouco queiram reproduzir algo com esses elementos de acrílicos coloridos e não seja mais possivel reuni-los.
Sou mesmo ligada à simbolos e signos. Sou antenada a essas apropriações sentimentais.
Mas que posso fazer senão lamentar e deixar ir?
Assim é a vida...


Leia a matéria no Estadão  e vejam as outras fotos  de Hélvio Romério/AE   http://blogs.estadao.com.br/









4 comentários:

Luiz Vita disse...

Lina,

Você mexeu com minhas lembranças. Esse prédio extremamente kitch que foi a rodoviária de SP me traz inúmeras lembranças da infância, de quando eu embarcava com a família em um ônibus da Cometa rumo ao Rio de Janeiro, onde vivia (e ainda vive) a família de minha mãe.

Tenho boas recordações desse período.

Beijos

Luiz

Lina Faria disse...

Vita,
Pois acho que todos os que chegaram a Sampa têm boas recordações do lugar.
Chegará hora em que teremos saudades do nosso entorno todo.
bjs,

Luiz Vita disse...

Vc me deu uma ideia para atualizar meu blog.

bjs

Lina Faria disse...

Ah, tava na hora!
Já sintia o cheiro de bolor do baú!
bj!

Quem sou eu

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Curitiba, Paraná, Brazil
Sou fotógrafa e curiosa. Vivo na cidade de Curitiba e gosto de olhar e documentar a relação das pessoas com os espaços em geral. Levo isso ao pé da letra, quando fotografo as ruas e sua ocupação desordenada. Também nos interiores das submoradias, longe de qualquer padrão de ordem mas com um sentido de segurança, mesmo que penduradas e vulneráveis à primeira chuva. Mas tudo isso tendo como compromisso a beleza, a harmonia. Mesmo na realidade de uma favela, resgatar a dignidade através do belo é o que me interessa. Gosto também, e muito, de design e arquitetura. Da social à contemporânea, o gosto pelo ocupar me interessa. contato: linafaria@yahoo.com.br
Todos os direitos reservados à autora.
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