Vida que VAZA
Em 1961, inaugurava o Parque Alvorada, um espaço de diversão popular que completava o circuito do Passeio Público, o Parque mais antigo da cidade.
Lembro-me da roda gigante que me permitia, menina, vislumbrar o mar verde do bosque do Passeio e, lá no horizonte, a Serra do Mar.
Do outro lado, talvez por inóspita aos olhos infantis a paisagem industrial, Muller & Cia, não registrou-se em meu imaginário.
Em 1980 parte dos brinquedos foram levados para o Parque Barigui e em 1996 é totalmente desativado, ficando como uma ferida exposta, em pleno centro.
Havia um projeto da Prefeitura que contava com o espaço mas houve litígio entre poder público e proprietários e o sitio ficou por anos entregue à sorte. Mocós, malocas, até um corredor para pedestres, com portão e tudo, ligava a Rua Cândido de Abreu ao Passeio.
Agora, um grande empreendimento será ali implantado. Para tanto, não sobrará pedra sobre pedra do que ali existe ou existiu.
Duas enormes torres tratarão de tapar o nascer do sol no leste, o verde e as garças do Passeio e a brisa da Serra que penteia as árvores do bosque e nos trás o oxigênio ao bairro São Francisco.
Há acupuntura e há amputações.
Mas há também a lógica e há o lucro, não aprendeu Polyana.
2 comentários:
E o homem continua a explorar a terra e a não cuidar de si...até que a terra o devore.
Um beijo.
Putz... quando vi a foto, antes de ler o post, tive a doce ilusão de que estavam criando uma praça no lugar. Quanta ingenuidade...
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