Um bar, uma esquina...
Certa vez uma amiga de BH - Belo Horizonte - veio a Curitiba e estranhou: essa cidade não tem um bar, uma esquina, onde todo mundo se encontre?
Pensei, coisa de mineiro, Clube da esquina, Travessias e tais. Mas ela tinha razão. À época, ia-se muito a bares, mas fechados. Curitiba era, em todos os sentidos, mais fria. Só esquentava-se com álcool e muito papo cabeça, sob um teto, de preferência com lareira.
Curitiba mudou. Mudaram também os curitibanos.
A foto acima foi feita ontem à noite, na esquina das ruas 13 de Maio e Barão do Cerro Azul.
Ali ficam os malabares argentinos, nordestinos, uruguaios, uma babel latino americana.
À noite rola uma música, cerveja, dança, enquanto eles se revezam no expediente do sinal vermelho.
Ontem extrapolaram um pouco. Pensei, não vai prestar. Porque? Não só pelo barulho, mas pelo repertório.
Enquanto tocavam músicas com flautas, tudo bem, mas quando descambou para um samba meio carnavalesco, pensei no conflito cultural.
É quaresma. Se tem uma intolerância que o curitibano cultiva é ao desrespeito cultural.
Nem dez minutos e veio a "puliça", convidando-os a se calar.
Quem mandou os "arrentinos" serem carnavalescos na quaresma curitibana?
Deu no que deu!
3 comentários:
Excelente o flagrante, LINA !
Só não entendi direito a expressão > ...se revezam no expediente do sinal vermelho. <
Um beijo.
Ora, João, são eles que engolem fogo, jogam garrafas aos ares.
Dão seu espetáculo na faixa de pedestres, durante o sinal vermelho. À noite, para estarem juntos,se concentram e dividem o espaço ali.
bj,
Obrigado, LINA !
Deve ser uma maravilha apreciar esses shows controlados pelo semáforo !
Um beijo.
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